terça-feira, 30 de setembro de 2008

Sentidos

Meu objetivo agora é derramar sobre ti, angústia branca, o vermelho do amor que quer transbordar em mim, como um choro quase sem lágrimas, de um bebê recém-nascido.
O meu corpo passa a ter a resistência de um saco de pão para carregar os entulhos pontiagudos da sua beleza. O seu cheiro cristalizou- se, o meu olfato criou olhos, os sentidos se perderam nos quarteirões da sua presença. Eu pintava o sabor do nosso futuro com pincéis extraídos de barris de carvalho. O nosso viver foi como pólvora, que meu peito armazenava para o preparo de bombas artesanais, bombas que me protegiam. A coerência nessa hora é como aquele amigo que nos instiga ao delito e foge quando precisamos dele. Certa hora o mundo aparece, velho e rabugento, coloca o dedo na minha cara exigindo uma explicação por uma ferida que quase o cegou. Não respondo, corro, peço exílio, vou para trás do muro da filosofia, mas nada disso evita as boas pancadas que ele tem a me oferecer. O corpo sente, beiro as margens da insensibilidade, e o mergulho nessa água gelada me encanta, porém menos que o calor da sua lembrança.

Guilherme Ginane, 30/09/08

2 comentários:

Anônimo disse...

Gui esse me fez chorar,vc sabe mecher com qua as pessoas teem de melhor,que é o sntimento em todos os sentidos.Estou sem palavras,so posso dizer É LINDO FOI O MALHOR ATE AGORA.
Parabens,vc mereçe e muito ser feliz tenho a certeza que o mundo,não te paga mais de surpresa como sei tambem que vc tera um belo futuro,pelos seus meritos,forças e a garra de tens em lutar e vençcer.
Beijos,te amo muito,
Mary

Anônimo disse...

Bem bacana a construção e conclusão do texto!