quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Medo

Meus olhos vermelhos de pranto vão subindo, assim como faz uma criança de frente a uma grande árvore e de baixo para cima surge um jaleco azul parecido com que é usado pelos inspetores colegiais. O peso das minhas atitudes puxam meu olhar para o chão. Uma voz silenciosa ecoa dentro da minha cabeça.

- Pablo volte para sala de aula, nada acontecerá com você...

Maior que o meu corpo, o medo transborda em lágrimas, não me lembro ao certo da posição que eu me encontrava, penso, penso e não me lembro. Me vem a cabeça a posição dos nove meses iniciais, sobre um chão de madeira escura e fria. Se é o que me aparece ficará ela então.
Agora com o tom de voz mais aspero surge outra frase.

- Para com o choro! Todos estão passando e lhe vendo aqui, como uma criança.

Olhei para a parede, e vi um relógio espelhado, com ponteiros dourados que giravam da esquerda para direita. Teria eu que reagir, as palavras não saiam da minha boca, tentei falar, e como em um sonho a voz saiu sem ser pelas cordas vocais.

- Onde estou? Quem é você?

A resposta depois de um silêncio marrom e um cheiro de mofo foi:

- Você está na escola do mundo e eu sou o seu sentimento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Foda. Materializar os sentimentos seria fazer o coração sentir matéria. Foda, amigo. Muito bom mesmo.

Boneco de madeira disse...

Muito bom, pra mim o melhor ate agora.

Anônimo disse...

Muito bonito Gui,como vc sabe bem expressar seus sentimentos.Mas ja passou né!Continue assim,quem sabe?Um dia teras um livro publicado?
Beijos,
Mary.